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domingo, 8 de agosto de 2010

BREVE HISTORIA DA FOTOGRAFIA DIGITAL

Como tantas outras tecnologias consideradas banais hoje em dia, a fotografia digital também tem suas raízes no programa espacial norte-americano. As primeiras fotografias sem filme de que se tem notícia, uma das quais ilustra esta coluna, retratam a superfície de Marte e foram capturadas por uma câmera de televisão a bordo da sonda Mariner 4, em 1965. São 22 imagens em preto e branco de apenas 0,04 megapixels, mas que demoraram quatro dias para chegar à Terra.

Ainda não eram digitais, já que os sensores capturam imagens por princípios analógicos, como vimos na coluna anterior, e naquele caso as armazenavam em gravadores de fita magnética. O mais interessante é a explicação da necessidade de sua invenção: ao contrário das missões tripuladas, em que os astronautas retornavam à Terra para revelar os filmes (as famosas fotos da Lua, por exemplo), as sondas que sumiriam para sempre no espaço precisavam de uma forma de transmitir suas descobertas eletronicamente.
As fotos são de 1965, mas a Mariner 4 foi lançada ainda em 1964. Coincidentemente, o mesmo ano em que os laboratórios da RCA criaram o primeiro circuito CMOS, sem ter a menor idéia de que um dia ele seria a base de boa parte das câmeras digitais. Já o CCD, primeiro tipo de sensor usado na fotografia digital, foi inventado em 1969, nos laboratórios Bell. A primeira versão comercial chegaria ao mercado em 1973, obra da Fairchild Imaging. Batizado de 201ADC, capturava imagens de 0,01 megapixels.
E as câmeras de verdade?
Em 1975, a Kodak apresentaria o primeiro protótipo de uma câmera sem filme baseada no sensor CCD da Fairchild. O monstrinho pesava quatro quilos e gravava as imagens de 0,01 megapixels em fita cassete – uma a cada 23 segundos! No ano seguinte, a própria Fairchild, por sua vez, colocaria no mercado sua câmera de CCD, a MV-101 – o primeiro modelo comercial da história.
A primeira “câmera” digital mesmo seria a Fairchild All-Sky Camera, um experimento construído na Universidade de Calgary, no Canadá, a partir do sensor 201ADC mencionado acima. Diferente de todos os outros projetos de astrofotografia da época, quase todos baseados nesse mesmo sensor, a All-Sky tinha um microcomputador Zilog Mcz1/25 para processar as imagens acoplado, o que lhe renderia o título de “digital”.
Apesar do pioneirismo da Kodak e da Fairchild, quem daria às câmeras sem filme (ainda não digitais) o status de produto de consumo seria a Sony, que em 1981 anunciaria sua primeira Mavica, com preço estimado em US$ 12 mil. O protótipo, de 0,3 megapixels, armazenava até 50 fotos coloridas nos inovadores Mavipaks, disquetes de 2 polegadas precursores dos de 3½ atuais, também inventados pela Sony.











                     PRIMEIRA CAMERA DIGITAL

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